domingo, 13 de dezembro de 2009

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Pedagogia da Esperança

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Letra: Dione Gauto
Música: Dione Gauto

Pedagogia da Esperança,
Os sentimentos aprofundar,
Realidades que me encantam:
A educação problematizar.

Vou caminhando e tenho pressa
Levo a bagagem cheia de amor,
Conhecimentos vou construir,
Aprendizagens vou dividir.
Não vou sozinha, tu vens comigo,
Sensibilizo no meu falar,
Os meus saberes são limitados,
Preciso d'os teus para completar.

Especialistas da Educação,
Saber fazer buscando aprender,
Analisar a situaçao,
Realizar investigação.
Na mediação olhar o sujeito,
Compreender e dar solução,
Facilitar e interagir,
Favorecer o que é direito.

Olhos nos olhos, realidade,
A igualdade vou afirmar,
Amar o humano e estabelecer:
O que é que eu posso oferecer.
Vou promover, intensificar,
A minha forma de ensinar,
Investigar para aprender,
E o saber significar.

O mundo inteiro precisa parar de dizer que não tem mais jeito, que a situação não pode mudar, e que o ser humano perdeu a razão. A educação ainda existe, o sorriso ainda existe, alguém ainda acredita em nós. Sejamos, pois uma marca, um sinal, uma luz, um caminhar insistente que se permite não ser rumo solitário, mas companhia em todos os momentos.

Dione Gauto.

Interculturalidade X Multiculturalismo

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Desculpe-me a indolência,
Não é que eu não saiba de nada,
É que eu vim de muito longe, lá onde não existe estrada,
Caminhei de sol a sol, capinei muito também,
Olha eu não sou preguiçoso, isto eu sei, eu sou alguém.
Minha cultura se esconde, quem me falou é doutor,
Nos hábitos, emoções, nas feições do coração.
Já vi de tudo na vida, e o que eu não vi, ouvi contar,
Dos símbolos, dos signos, das práticas e valores,
Das formas de expressão, da luta social, dos amores,
Das diferentes culturas, das senhoras e senhores.

Interculturalidade, puxa palavra difícil,
que traduz de tudo um pouco, ou um pouco de tudo.
Que facilita a conversa, que une todas as cores,
Que fortifica o pequeno, que sabe ouvir suas dores.
Que sensibiliza, respeita esta tal pluralidade,
Que envolve, politiza esta tal sociedade.
Que observa, sem censura, raça, gênero,
Sexualidade, religião, classe social,
Porque bem no fundo sabe,
Que ser humano, não é ser igual!

Multiculturalidade, esta justa posição
Que não promove o diálogo, não conhece o cidadão,
Que convive em tolerância, sem medida de afeto,
Que não produz a junção, e banaliza o intelecto,
Me desculpe se observo um epistemicídio,
Uma morte silenciosa, conhecimento impreciso,
E por isto acrescento e esclareço o que escolho,
Interculturalidade, aquela em que relaciono,
As verdades culturais como peças que se encaixam,
Num diálogo feliz, onde as culturas se acham.


Dione Gauto.


Currículo X Educação Problematizadora X Conteúdos Programáticos

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Como se constroem esses conteúdos programáticos? Qual o papel do Especialista em Educação? Que significado tem a experiência do sujeito? Por que não optar pela educação bancária?
Paulo Freire inquietou e continua a inquietar todos aqueles que se dizem apaixonados pela educação. Apaixonar-se pela educação não pode ser um fato isolado, que não conduz a nada e não leva a perceber a necessidade de mudança. A educação bancária reflete o comodismo de muitos professores, de muitas escolas onde o ensino é revelado de forma alienada, sem objetivo, sem a necessidade de construção. Muitos educadores ainda hoje revelam a face de Pôncio Pilatos, ou seja "lavam as mãos" diante do absurdo de perceber seus alunos no silêncio do medo.
Um currículo que seja a expressão de uma educação problematizadora, constrói seus conteúdos programáticos através da própria esperiência do sujeito, que se torna a fonte primária de busca dos "temas significativos" ou "temas geradores", que servirão para esta construção.
Papel do Especialista de Educação - organizar interdisciplinarmente esses temas em unidades programáticas, mas o conteúdo é sempre resultado de uma pesquisa do universo experiencial dos próprios educandos, os quais são também atividamente envolvidos nesta pesquisa.
Conteúdo Programático= Educador X Educando - resultado de pesquisa dialógica.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Educação Bancária X Educação Problematizadora

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"Os métodos de uma pedagogia crítico-social dos conteúdos não partes então, de um saber artificial, depositado a partir de fora, nem do saber espontâneo, mas de uma relação direta com a experiência do aluno, confrontada com o saber traduzido de fora." (Libâneo)

Tendência: Educação Problematizadora
Papel do ProfNegritoessor: facilitador da aprendizagem; coordenar atividades propostas através do diálogo;mediar, provocar, desafiar e problematizar.
Papel do aluno: sujeito ativamente envolvido no ato do conhecimento; participa ativamente; pesquisa; reflete e interpreta esperiências.
Conteúdos escolares: temas significativos, conteúdos programáticos da educação.
Metodologia didática - Diálogo, construção coletiva do conhecimento, interação entreos sujeitos no processo do conhecimento.
Função da avaliação: acompanhar o processo de desenvolvimento do sujeito, diagnosticamendo e regulando as aprendizagens. Orientar intervenções pedagógicas.



Educação Bancária X Educação Problematizadora

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Como se dá o conhecimento?
Um currículo que mantenha uma concepção epistemológica baseada no empirismo, através de uma escola tradicional, onde os saberes são fechados e o sujeito é concebido como "carente do saber" recebe a transferência de informações através da educação bancária.
Papel do Professor - Ativo, opressor, visão epistemológica de transferência de informações e fatos, cultura do silêncio e do falso saber.
Papel do aluno - Passivo, oprimido, depósito.
Conteúdos escolares - Desligados da situação existencial do sujeito. A comunicação é unilateral.
Metodologia Didática - Exposição oral pelo professor, teoria antidialógica, onde o opressor encontra sua possível ação, ou seja uma relação de poder baseada no sofrimento do sujeito.
Função da avaliação - selecionar, classificar, contabilizar.

Mas afinal como se dá o conhecimento? O que realmente eu conheço e o que preciso conhecer? Quais os métodos? Quais os incentivos para quem busca relacionar os saberes? O que me inquieta diante da educação? O que me fascina: um olhar distante, ou um olhar que investiga?
A última pergunta deveria estar sempre presente na realização da práxis. A ação refletida e retomada fornece novas opções de crescimento e de transformação. A educação bancária não oferece opção alguma, limita o saber como decorar e o aprender nela não existe.

"Ninguém educa a ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo. (Paulo Freire)"

SILVA, Thomas Tadeu da. Documento de Identidade: uma introdução às teorias do Currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 156p.
Sistema de Ação Pedagógica. Dicionário do Professor. Currículo.Governo de Minas Gerais.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Mosaico de Atitudes

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Um mosaico de atitudes, esta foi a proposta que nossa turma recebeu ao participar da Ação Solidária realizada na Vila Bom Jesus, no templo da Igreja Metodista. E assim aconteceu, saímos de mala e cuia prontos para a batalha. É claro que isto é modo de falar, porém acredito que tenha sido uma batalha pessoal, diante das expectativas do que para muitos era novo, portanto desconhecido. Com o objetivo de proporcionar aquela comunidade um dia de novas experiências e confraternização, visando a promoção da auto-estima e ao mesmo tempo a inclusão dos alunos de pedagogia num contexto ainda não conhecido, foram muitas as oficinas estabelecidas, algumas irei citar:
Salão de beleza - De formar organizada o grupo que realizou esta oficina foi muito procurado, até porque sabemos que para elevar a auto-estima é necessário que o ser humano se ame, para transmitir amor aos outros. Pensando assim, e de uma forma alegre e descontraída foram atendidas muitas crianças, com a proposta de arrumar seus cabelos e pintar as unhas, e é claro que algumas educadoras aproveitaram o momento para falar de higiene pessoal. O grupo levou adereços para os cabelos, gel e esmaltes. A criançada fez a festa através do conceito estético do belo.
Contação de histórias - Era uma vez.... Quem não gosta de ouvir uma história? A educadora se vestiu da própria história através de um avental produzido com tnt. As crianças participaram das histórias ativamente, interagindo com a contadora o tempo todo. O lúdico se fez presente através de cada uma das atividades propostas nesta ação solidária.
Confecção de assoprão - Qual a criança que não gosta de um presente? Em sintonia com a oficina de contação de histórias a educadora Liane proporcionou as crianças a confecção de um brinquedo, o "assoprão". Poder levar algo produzido por elas mesmas foi muito importante, é como uma recordação do grupo e do trabalho desenvolvido.
Oficina de Trânsito - Quanto crescimento! Letícia e Marcela se desdobraram na oficina de trânsito. De forma descontraída, demonstrando que aquele ambiente já lhes era conhecido o lúdico de uma forma precisa foi construindo uma aprendizagem que valerá para sempre sobre as atitudes no trânsito.
Gincana, balões, brincadeira - Tudo de bom! Uma turma muito divertida cuidou com carinho desta parte. Foi especial, afinal como diz a música "brincadeira de criança, como é bom, como é bom...". E foi o que aconteceu, os sorrisos, as músicas, as brincadeiras, a alegria pairava no ar, porém como especialistas da educação tudo tinha um propósito, em tudo se construiu saberes e partilhou aprendizagens.
Oficina de Drogadição: Pensando em promover algo diferente e com o propósito de partilhar as necessidades da comunidade foi direcionada a pais e responsáveis, uma oficina de drogadição. Embora poucos tenham comparecido foi muito importante, pois o diálogo estabelecido e o interagir de todos motivou os momentos em que a conversa aconteceu. Houve momentos de escuta onde os participantes relataram problemas na comunidade e solicitaram outros momentos iguais a este.
Equipe do lanche - Pareciam um exército em ordem de batalha! Estavam organizadas e dispostas a servir a todos com alegria. Que Deus as abençoe!
Com certeza este dia ficará guardado para sempre nos corações entusiasmados das alunas (os) deste curso, afinal um mosaico de atitudes precisa estar sempre aberto, assim como um currículo, pronto para construir novos desafios e lançar-se rumo ao desconhecido, despido de todo pré-conceito e vestido de toda boa vontade.
Professoras presentes: Eunice Nonato - Disciplina - Prática Pedagógica Social
Antonieta Mariante - Didática e Mediação Pedagógica

Crianças invisíveis X Resiliência: em busca de um conceito

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Nesta análise, cujo foco eram as crianças americanas, buscamos realizar um estudo de caso da personagem Blanca, juntamente com sua família, comunidade e escola, participantes de seu microssistema. Conforme a leitura do texto iniciamos a análise a partir dos três polos temáticos em relação ao tema resiliência, conforme segue abaixo:
Adaptação X Superação:
Partindo do currículo de vida de Blanca, seu perfil é de uma adolescente, negra, matriculada em uma escola tradicional, sofre com o bullying, seus pais são usuários de droga e ambos estão desempregados, porém o pai recebe uma pensão por ser ex-combatente da guerra do golfo;
residentes em um bairro da classe baixa. As experiências estressantes que Blanca vive através da resiliência podem aumentar a capacidade de lidar e re-significar tais situações de modo que o estresse deixe de ser encarado como tal, e sim como mola, um impulso para fortalecer a jovem diante de outras situações semelhantes. Os fatores de risco definem toda a sorte de acontecimentos negativos e sucessivos em sua vida, aumentando suas probabilidades em apresentar problemas físicos, sociais ou emocionais. Eles se fazem presentes na escola, na família e podem causar danos sociais evidentes. Contudo, não podemos esquecer os fatores de proteção, que também se fazem presentes e servem para diminuir o impacto dos fatores de risco.
Como classe de proteção podemos citar:
Atributos disposicionais da criança - após incidência repetitiva de agressão verbal e corporal na escola, e agressão verbal em casa através do pai, no momento em que esta prestes a "aparentemente revoltar-se", Blanca vira o jogo e com disposição mostra-se pronta a recomeçar e lutar por sua vida e pela vida de seus pais;
Coesão familiar - Embora a mãe de Blanca também fosse usuária, foi visível o suporte emocional oferecido através da ética do cuidado, desde a alimentação, quanto ao controle de medicação e diálogo;
Rede de apoio social - Na verdade foi um recurso final que a família buscou, através da terapia em grupo;
Vulnerabilidade - Faz parte da teia de eventos que envolvem o processo de resiliência, ocorre frente a uma situação de risco, onde os fatores de proteção podem auxiliar o resultado adaptativo.
Fator Inato X Fator Adquirido:
Quais os fatores propiciadores/criadores da resiliência em Blanca?
Resiliência parece ser um dos traços da personalidade de Blanca, e que as práticas sociais cotidianas a estimularam. Portanto o meio é a chave principal de um processo onde os traços de personalidade possuem componentes inatos.
Circunstancial X Permanente:
A personalidade de Blanca pode demonstrar uma resiliência permanente, que teoricamente poderá manter-se por toda vida. Mas poderia ser também estratégico, um conjunto de habilidades a ser utilizada no momento.
Em uma análise de perspectiva de gênero e sexualidade, as relações masculino e feminino eram de resistência. A mãe contaminada pelo vírus HIV utilizava sua fala para acusar o marido, cumprindo assim seu papel de vítima, oferecendo argumentos costumeiros de boa moça, e boa mulher que cumpre seus deveres de esposa e amante, porém seu desequilíbrio era notado no uso e abuso de substâncias ilícitas. Ele por sua vez, com o currículo de "herói de guerra", fazia o papel do macho dominante, não permitindo muita vezes o argumento da esposa e da filha, mas se rotulando de vítima pelos açoites da guerra, e agredindo psicológicamente a mulher ao relatar seu desgosto pelo relacionamento sexual e suas mesmices.

Referências Bibliográficas:
TILESI, Chiara. Crianças Invisíveis. Produção MK FILM PRODUCTIONS. Co-produção com. RAI CINEMA. Produção MARIA GRAZIA CUCINOTTA, CHIARA TILESI, STEFANO VENERUSO. Produtores associados GAETANO DANIELLE. ANNA RITA DELLATTE FALLETTI DI VILLA FALETTO. ANDREA PIEDIMONTE. Realizado com o suporte especial de ITALIAN DEVELOPMENT COOPERATION. MINISTRY OF FOREIGN AFFAIRS. Em favor da UNICEF e WORLD FOOD PROGRAMME;
TABOADA NG, Legal EJ, Machado N. Resiliência: em busca de um conceito. Rev Bras Crescimento Desenvolv. Hum 2006; 16(3): 104-113.

Responsáveis por este trabalho:
Dione Gauto
Roseli Bek

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

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“O Bicho”

Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio,

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão.

Não era um gato.

Não era um rato.

O bicho meu Deus, era um homem.

Ilha das Flores

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CURSO DE PEDAGOGIA

PEDAGOGIA SOCIAL

ILHA DAS FLORES

O curta-metragem “Ilha das Flores”, de Jorge Amado, traz algumas especificidades relacionadas ao ser humano. De forma determinada ele começa com a introdução orquestral de “O Guarani”, música do maestro Carlos Gomes, tema da “Voz do Brasil”, programa da rádio Governamental que proclama o pensamento político e que tornou-se obrigatório em 1938, no governo de Getúlio Vargas. A trama social e política inicia ao som da voz do ator Paulo José, que de uma forma tranqüila, porém com emoção descreve a situações encontradas e a forma como o ser humano dotado de tele-encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, consegue resolver suas coisas.

Os atores sociais são diversos. O senhor Suzuki, que planta seus tomates para trocá-los por dinheiro, no supermercado, junto com seus empregados; a senhora Anete, que é vendedora de perfumes, que os troca por dinheiro, e compra estes tomates para o preparo de um molho exibindo-se na ética do cuidado em relação a sua família, que se constitui em esposo e filhos. Todos com tele-encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, logo, seres humanos.

No segundo momento, onde inicia a parte central do filme as ações e a trama social e política se modificam. O cenário anterior que oscilava entre a plantação de tomates, os locais de venda de perfume de dona Anete e sua casa, dá lugar a um novo cenário. As relações de poder e as forças de conflito geralmente acontecem em lugares distantes dos olhos humanos, e por conseqüência longe dos sentimentos do coração, é assim em Ilha das Flores, pois o nome não se relaciona em nada ao lugar. Partindo do cenário onde a luta se desenvolve, em uma particularidade de extrema miserabilidade; de um lado os atores os sociais são representados por mulheres e crianças que embora tenham um “tele encéfalo altamente desenvolvido e um polegar opositor, logo são humanos, não tem dinheiro e nem quem as cuide”. Do outro lado os atores sociais do poder centralizado, constituídos pelo dono dos porcos e seus empregados, ele por sua vez também possui tele-encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor, mas além de ser humano, tem dinheiro.

Quanto à relação de forças, um indicador quantitativo de uma perspectiva de gênero traria de forma esclarecedora o quanto o homem se destaca pela sociedade como detentor de poder em relação ao chamado “sexo frágil”, feminino. Esta relação de força, de domínio e de subordinação se estampa quando se percebe este grupo de mulheres e crianças que pela fome se sujeitam a recolher como animais restos de comida misturados ao lixo, que na verdade não são destinados nem mesmo aos porcos, porque não são próprios a eles, que tem seu dono, que possui dinheiro, terreno e empregados.

Perceber o conjunto de problemas que se encontra por trás da análise de conjuntura do curta-metragem “Ilha das Flores” é a ação de não somente analisar seus atores, seus cenários e seus acontecimentos, mas sim relacioná-los com os movimentos, contradições e condições que o geraram. Partindo de uma análise social e política poderia dizer que a fome é uma epidemia, dentro de uma conjuntura de políticas públicas onde a pobreza não é estrutural, e sim uma invenção histórica.

Para terminar acrescento a esta análise uma reflexão e um poema que poderão auxiliar na compreensão deste texto.

“As políticas nacionais e internacionais tem conseguido que a concentração da renda e a pobreza cresçam em ritmo acelerado, ampliando os diferentes tipos de conflitos sociais. A insegurança nascida desta organização político-sócio-econômica desvela-se nos relacionamentos precários e na perda de valores sociais que anteriormente se mostravam muito importantes.” (MANZINI – COVRE, 2004).

Dione Gauto

Professora:Simone Dorneles

Disciplina: Pedagogia Social

RELAÇÕES DE PODER

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Os conceitos foucaultianos durante este semestre nos levaram a compreender um pouco melhor as necessidades e realidades a cerca das relações de poder. Elas fazem parte do cotidiano de todo sujeito, estão presentes nas negociações, estratégias, dominações, onde a resistência faz parte da ação. Podemos tomar por exemplo as relações no campo familiar onde em uma perspectiva de gênero o conceito histórico estabelece a posição da mulher como dona de casa, cuidadora dos filhos e do esposo, objeto sexual sempre pronto a oferecer prazer, porém as estatísticas mostram uma nova página que surge dentro da mediação de poder, onde o sexo feminino antes denominado "sexo frágil", consegue desvencilhar-se desta estrutura pré-concebida. A sociedade está se adaptando em relação a esta realidade, porém nesta mesma situação ainda existem as relações de violência que acontecem quando o indivíduo busca centralizar o poder não permitindo a resistência, que revelam frutos de acomodação, alienação, indiferença e submissão. Conforme nos relata Michel Foucault, o sofrimento é um sentimento muito presente quando as relações de poder não acontecem, de forma equilibrada.

MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA

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"Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho - saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria educação ou a sua construção." ( FREIRE, 2004, p.47)

Acredito que a mediação pedagógica é a base para uma aprendizagem sadia, porém percebo que muitas vezes ela não acontece. Muitas escolas trabalham na linha da educação bancária, através da transmissão do conhecimento "apriori", permitindo que seus professores sejam "facilitadores" como exemplifica Rogers, não acreditando que o raciocínio possa acontecer e fornecendo respostas fortificando exemplos de "compaixão." Ao contrário disto em uma escola onde o currículo permanece aberto, favorecendo a multiculturalidade, teríamos a proposta de Paulo Freire, na realização de uma educação problematizadora. Nela a mediação pedagógica se faz presente, e o papel do professor é o de mediar a construção dos conhecimentos, investigando o sujeito e organizando os saberes que dele emergem. O professor transforma-se em um incentivador, motivador da aprendizagem, um facilitador que permite que seus alunos sejam sujeitos do processo, através das críticas, questionamento e debates, relacionados a suas vivências, portanto uma aprendizagem com significado.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO

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Costuma-se ouvir com muita facilidade que o mundo da criança é um mundo de intensa brincadeira, e que todos deveriam aproveitar bastante este tempo, pois ele não é permanente.
Em parte acredito que sim, mas embora o mundo da criança não seja permanente as brincadeiras deveriam continuar, pois vivemos um tempo onde todos franzem a testa com muita facilidade. O estresse, o medo, as necessidades diárias fazem parte deste terror que nos amedronta. Sorrir ficou difícil. Brincar então nem, pensar!
A partir desta reflexão surge a pergunta: Como acreditar que a ludicidade é um instrumento pedagógico? Como construir o lúdico e fazer dele uma ferramenta indispensável nos ambientes escolares? Por que brincar? Para que serve a brincadeira? Com certeza, estas perguntas inquietam a todos, porém mais necessário que respondê-las neste primeiro momento, seria investigá-las.
Partindo da perspectiva de que o currículo do sujeito se revela a partir do que lhe é familiar, de suas raízes, suas culturas, é inadmissível que deixemos tudo o que lhe é significativo de lado, e tentemos modelar um aprendizado sem estímulo e consequentemente cansativo. Uma concepção epistemológica empirista revelaria uma educação bancária transmitindo ao sujeito todo o conhecimento contido apenas e exclusivamente em seu professor, nela com certeza são existe lugar para o lúdico.
Novas atitudes precisam modificar os parâmetros, o PPP de uma escola precisa estar aberto a novas soluções, que envolvam a comunidade, pais, alunos, professores e funcionários na perscpectiva de crescimento de uma aprendizagem eficaz e feliz. Uma sala de aula inspirada ludicamente deixaria espaço para novas propostas onde o afetivo e o congnitivo caminhariam paralelamente.
Os slides da peça O Sítio do Pica-pau Amarelo, que podem ser visualizados neste blog mostram o trabalho cansativo, porém recompensador que professores e alunos de uma escola realizaram. Através da construção de uma dramatização a alegria foi levada a muitas crianças, adolescentes e adultos, porém a alegria foi associada a construção de valores e saberes que jamais serão esquecidos.

"É no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva." Vygotsky (1984)

Dione Gauto.
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IMAGINAÇÃO!

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Será que eu posso brincar?
Perguntam o menino e a menina.
Será que eu posso brincar?
Perguntam o adolescente e o adulto.
Será que eu posso brincar?
Perguntam o idoso, o indigente, aquele que se tornou invisível.

Saber brincar é o mesmo que dar sentido ao que se imagina,
é sorrir, deixar-se iluminar, é cantar e se deixar encantar.
É trabalho de muitos, e profissão de tantos,
Que no âmago retiram peças fundamentais,
Para esta brincadeira alimentar.

Mas que sabor tem esta brincadeira,
Que tantos não se permitem realizar?
Ouso responder que tem sabor de unidade,
De partilha, de fraternidade, de amor,
De gargalhada, de dever cumprido,
E de saber construído.
Ouso dizer que tem sabor de medo,
Medo do desconhecido,
Medo de ousar, de aprofundar,
Medo de ter que aprender a abraçar.

O que eu sei, é que eu quero brincar!
E desejo aprender brincadeiras novas,
Que não esqueçam a realidade,
Mas que não se conformem com elas.
Desejo imaginar que meu sonho,
Poderá enfim tornar-se real,
Que a alegria de uns,
Se transforme na alegria de todos,
E que a brincadeira de alguns,
Jamais acabe com o sonho de outros.
Apenas, imaginar... imaginar e brincar!

Dione Gauto.




terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Plano de Aula

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Plano de aula:
Objetivo Geral: Favorecer a inclusão digital de jovens e adultos como ferramenta indispensável a aprendizagem, proporcionando a construção de textos para a "Noite Literária".
Objetivos Conceituais: Reconhecer os conhecimentos em construção e dificuldades a serem atingidas;
Conhecer o ambiente online como facilitador de aprendizagens motivando os desafios propostos;
Pontuar a redação dos textos através de intervenção mediada, possibilitando a interdisciplinaridade, através das idéias propostas.
Objetivos Procedimentais:
Digitar as primeiras idéias para a montagem do texto;
Utilizar os mecanismos da informática como auxílio através do facilitador, na organização de margem, justificando o texto e realizando a verificação ortográfica.
Objetivos Atitudinais:
Perceber a possibilidade de utilizar a informática como recurso de aprendizagem, buscando o auxílio de sites confiáveis;
Respeitar a construção textual de cada sujeito, envolvendo-se e transformando-se em participante através da escuta, no pequeno e grande grupo.
Conteúdos:
Leitura de textos;
Construção de textos;
Inclusão digital.
Procedimentos e recursos:
Envolver os sujeitos primeiramente através de leitura de textos favorecendo entonação de voz, através do encantamento do conto vivenciado;
Aprofundar a compreensão dialógica através do aumento do vocabulário existente, contemplado através da leitura de textos;
Livros;
revistas;
laboratório de informática.
Avaliação:
Retornando a sala propor aos alunos um círculo para conversar sobre a atividade proposta, suas dificuldades e facilidades. Permitir que todos contribuam facilitando a intervenção e mediação dos conhecimentos construídos.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

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DE PORTA EM PORTA

Bem devagar eu me aproximo,

Sigo meu rumo, meu destino,

Segue apertado o coração...

Bem devagar eu visualizo,

E bem ou mal oportunizo,

Um sorriso, um aperto de mão.

É minha sina, investigar,

Seguir adiante, enfrentar,

Descobrir metodologias.

Bem devagar, sem muita pressa,

Pois a porta jamais se fecha,

E se fechar, eu posso abrir.

Sigo andarilho, sou limitado,

Mas jamais diga que eu sou “coitado”,

Eu não o sou, sou bem feliz!

Entendo a vida, aceito um não,

Logo me ergo, não fico ao chão,

Sou fortaleza, meu ego é quem diz!

Sustentação, eu recebi,

Nos braços daquela que tanto vi,

E vendo pude até decorar,

As feições mais belas, o olhar mais doce,

A indicar, qual caminho fosse,

E acreditar que eu podia andar.

De porta em porta, de casa em casa,

De lar em lar, passo por passo,

Jamais esquecerei qualquer abraço,

Jamais esquecerei o ser humano,

Pois ele é minha fonte, meu trabalho,

Dele me ocupo e até me distraio,

Dele, vem minha fonte de salário.

Dione Goreti Fernandes Gauto

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Mãe que sustenta...

A mãe que sustenta o filho em seu colo,

E que produz seu toque ao balbuciar seu nome,

Será a mesma que logo após gerar o fruto de seu ventre,

O joga ao chão,

Tão longe dos olhos e do coração?

Que esquece então a sublime missão

De ser elo de sustentação?

São etapas... etapas iniciais

De um desenvolvimento emocional

Onde o calor de seu ego auxiliar,

É como o sol destemido a raiar,

E a tranqüilidade do vento a soprar,

Quando o seio d’aquela a quem ama e aclama,

Vem fazer parte de seu todo eu.

E de porta em porta, mãe, pai, tio, conclamo:

Seja sustentação do amor na continuidade existencial,

Seja modelo, ponto de apoio, razão,

Seja persistente, paciente, exigente, disponível,

Dê apenas o necessário,

Mas, busque até mesmo o imaginário,

Desvende todo glossário,

Para que se adquira um ego sadio,

Pronto para construção de uma nova aprendizagem.

Dione Gauto

UM CURRÍCULO REPLETO DE FELICIDADE!

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10/07/2006 – 15h49

Alunos Britânicos terão aulas sobre felicidade

Da France Presse, em Londres.

Dois mil alunos de uma escola pública Britânica terão aulas sobre felicidade a partir do início do próximo ano letivo, graças a um programa piloto que poderá ser implementado ao currículo escolar do país.

Os alunos de uma escola de Manchester (norte da Inglaterra) participarão de exercícios e jogos destinados a superar o estresse e as dificuldades da vida moderna.

Estas técnicas, importadas dos Estados Unidos, buscam proteger as crianças de males atuais, como a depressão, a falta de auto-estima, e inclusive, a tendência ao abuso físico e psicológico que é freqüente nesta faixa etária (10-12anos) e os problemas em casa, como brigas dos pais.

O projeto, informou neste domingo o jornal “The Independent”, foi lançado devido ao aumento de depressões e enfermidades mentais registradas entre as crianças britânicas. Pelo menos 10% das crianças em idade escolart sofrem de depressão severa, segundo as estatísticas oficiais.

www1.folha.uol.com.br

www.purabela.com/notícias

Comentário:

"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão". Paulo Freire.

Parece demagogia esta reportagem que relata as estranhas práticas de uma escola em Londres que decidiu adicionar em seu currículo aulas de felicidade. Em uma perspectiva religiosa aprendi muito cedo que Deus nos quer felizes em plenitude, porém o dia-a-dia me revela uma sociedade politicamente envolvida com seus desejos pessoais onde a felicidade do outro é pouco almejada.

Na frase de Paulo Freire encontro abrigo e entendimento quando propõe a quebra do silêncio que maltrata, e o resgate de uma educação consciente promovendo a construção do conhecimento sadio, onde a felicidade se espelha nas práticas famintas de um educador apaixonado pelo sujeito que almeja seu afeto.

Um currículo jamais está pronto, ele não é neutro, ele é participativo! Um planejamento deve servir de testemunho fiel deste currículo, para isto é necessário uma gestão aberta, sempre pronta para o diálogo que resulta na ação-reflexão.

Esta é a práxis, tão relatada e tão pouco entendida. É preciso parar de falar em depressão, baixa auto-estima, abuso físico e psicológico, e sim apostar em uma mudança, onde todos estes males possam ser avaliados através da pedagogia do amor, na busca que liberta e transforma a face do oprimido no caminho da libertação.

Dione Gauto

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

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DALDRY, Stephen. O Leitor. Filme. Roteiro de David Hare e Direção de Stephen Daldry. EUA, Alemanha. Imagem, 2008. 1 DVD, 124 min. Oscariável.

Resenha solicitada pela Professora Eunice Nonato, na disciplina de Currículo e Cultura.

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O leitor

No ano de 1958, na Alemanha Ocidental, em uma família da classe média, vive o jovem Michael Berg, um adolescente que de uma forma distante, comum a este estágio de sua vida, vive a rotina diária de idas e vindas a uma escola tradicional. Durante seu percurso, retornando a casa, o garoto passa mal e é socorrido por Hanna Schmitz. Após este acontecimento, depois de um longo tratamento Michael retorna para agradecer e tem uma bela surpresa ao se deparar com aquela jovem madura de silhueta inesquecível, mas ao mesmo tempo de uma força inexplicável, que sem pudor alOgum, troca suas roupas de uma forma tranqüila a sua frente.

Hanna ao sentir o olhar admirado e extasiado do jovem que a intriga permite-se viver, embora silenciosamente, uma paixão fulminante onde ele realiza a descoberta de seu próprio corpo e do corpo feminino. Em um jogo de sensualidade onde ela reveza-se como donzela amante nos momentos de prazer, ou como mãe responsável nos momentos onde questiona seus estudos e solicita a leitura preciosa de obras, onde vivencia o que escuta através dos risos, lágrimas, euforia ou tristeza, porém permitindo sempre que seus corpos se unam quase que a selar os momentos de ternura.

Para o jovem o ardente corpo da mulher amada, objeto sexual único de seu pensamento fazia parte de seu contexto diário, exclusivo, inadmissível de mudança, mas para Hanna que pouco falava e quase nada perguntava aparentemente nada mais acontecia além da satisfação do corpo, ou o prazer de uma companhia em sua vida solitária.

Misteriosamente a jovem madura desaparece, deixando o coração e o corpo do garoto em uma explosão de pensamentos e desejos que precisariam adormecer, a confusão inicial dá lugar à frustração de um sonho de adolescente.

Alguns anos depois, em 1976, o jovem Michael, agora estudante de Direito depara-se com o medo, o rancor e a vergonha ao visualizar Hanna, no banco dos réus, sendo acusada e consequentemente culpada pela morte de mais ou menos 300 mulheres, queimadas. Ela, resolve assumir a culpa por sentir-se envergonhada na condição de analfabeta, e permite-se levar a condenação por um relatório que não escreveu. Ele em um jogo de moralidade e lei, onde os papéis se confundem, não relata que a conhece e por conseqüência sabe de sua condição de analfabetismo, deixando que seu primeiro amor fosse condenado a prisão perpétua.

A vida do menino que se esforça para ser homem continua seu trajeto através de um casamento mal resolvido e do nascimento de sua filha. Após um longo tempo de espera resolve realizar a gravação de livros falados, e envia-os a Hanna, que ao recebê-los encanta-se e revive na prisão seus pensamentos de prazer ao ouvir aquela voz tão conhecida.

Ela permaneceu presa por vinte anos, e estando próximo seu momento de libertação recebeu a visita de Michael, que lhe oferece a oportunidade de refazer sua vida em um lugar tranqüilo que lhe proporcionaria uma vida melhor. A frieza de sua voz, e o desencanto que ela encontrou em seu olhar demonstra claramente o término de uma paixão. Hanna, não resiste à perda deste amor, e suicida-se.

POSICIONAMENTO CRÍTICO

Partindo de uma análise de conjuntura a trama acontece em um cenário aparentemente frio de uma família onde as relações são silenciosas e os papéis distorcidos. A ética do cuidado é bem estabelecida no papel da mãe quando se reveza nos afazeres com casa, com a família e com Michael enquanto este permanece doente, porém no momento de suas decisões em retornar para escola antes de estar totalmente restabelecido, e nos seus desaparecimentos a autoridade dos pais parece permanecer oculta

Em minha opinião, o filme “O leitor” revela um adolescente antagônico, na busca de sua identidade, com a necessidade de mostrar que pensa diferente. Suas atitudes revelam rupturas, retrocessos e reviravoltas, modificando sua personalidade até então submissa e pacata em uma pré-autonomia revelada através da presença e experiência de Hanna.

O medo de Michael torna-se presente quando Hanna desaparece, e a partir deste momento suas decisões que deveriam revelar automia, revelam inconstância e falta de determinação em não saber resolver suas situações no casamento e no amor. Parece que Michael sente a necessidade de buscar aconchego na presença da mãe, e de Hanna através dos livros falados, tornando-se assim presente mesmo no momento em que ela esta presa, o que demonstra que seus lutos não foram resolvidos.

Ao permitir que sua amada fosse presa, ele procura vestir-se da moral puritana para que não desvendem sua vida pessoal e seu envolvimento com ela, seus temores são visíveis em relação aos estereótipos de idade, relacionamento sexual e analfabetismo, diante da profissão que escolhera, porém vergonhosamente vive o arrependimento que acontece não somente no momento da condenação, mas durante muito tempo em sua vida.

O autor Bernhard Schlink associa a trama relações de poder permitindo que a resistência aconteça a partir das manobras, táticas, estratégias de sedução de Hanna, muitas vezes aceitas, contestadas ou transformadas por Michael, que também a seduzia através de suas leituras que chegavam a ser dramatizadas.

Acredito que o autor mostra também uma rede tensa de relações quando permite que os dois se reencontrem em um tribunal, lugar reverenciado pela lei e pela ordem, onde desta vez o jovem exerce um poder que nega, impede, coíbe não avança, não negocia, não sensibiliza. No meu entendimento neste momento a figura forte de Hanna despedaça-se ao não admitir sua “ignorância”, ignorância esta que não é real pois somente lhe falta o conhecimento das letras, o que com rapidez ela consegue realizar sozinha na prisão.

O suicídio a meu ver foi algo extremo, em um momento onde ela sentiu o abandono completo do amado e sentiu-se perdida em meio à mesma sociedade que já a havia condenado.

“O Leitor” é um filme que leva ao pensamento de que a justiça é diferente da lei e que o amadurecimento moral só acontece quando isto é compreendido.

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O filme “Minha vida em Cor-de-Rosa, retrata inicialmente um cenário que compõe uma família tradicional, padronizada, morando em um bairro de classe média alta, onde os vizinhos aparentemente se respeitam, e vivem em “perfeita sintonia”“. Os atores sociais são diversos, a começar pelo menino Ludovic, com apenas sete anos, a mãe, o pai, a avó, dois irmãos e uma irmã, os moradores dos arredores, professora, diretor da escola e psicóloga. Em uma análise teórica a partir do filme, as relações de gênero e poder sempre existiram, porém se intensificam quando Ludo, como é chamado, demonstra sua insatisfação por ser menino. O que já havia acontecido outras vezes, agora começa a ser constrangedor, no momento em que o menino viaja em sua fantasia infantil, acreditando que ao vestir-se de mulher poderá despertar sua feminilidade e transformar-se por completo em uma menina. Para Freud, a segunda grande força da psicologia, a psicanálise, explicaria como estudo de caso o pequeno Ludo exercendo sua libido, suas pulsões de instinto. A estrutura de sua personalidade revela a força de seu Id, permanecendo, mesmo diante das represálias dos pais com o mesmo desejo e propósito firme de transformar-se em menina. Os sonhos que tinha, conteúdos de seu inconsciente buscavam afirmar-se em sua realidade, intermediando entre as fases psicossexual fálica, reforçada pelo complexo de Édipo, e da latência, onde predomina a inquietação sexual. Ludo mantém um laço afetivo estreito com a mãe e a avó, que funciona quase como uma hipnose em determinados momentos do filme, e deixa florescer ainda mais seus desejos de leveza em plenitude, o que configura a figura feminina. A trama continua na medida em que os acontecimentos são tecidos ao redor da família, o menino é levado à psicóloga onde os pais tem o desejo de conduzir o atendimento, pois permanecem em junto com a criança, ouvindo e relatando seus desejos. O autor por sua vez descreve um atendimento psicológico precário, onde o cliente jamais estreitaria laços de confiança, o que é indispensável para qualquer caso, e por este motivo não consegue estabelecer vínculo algum e fracassa. O pai se descontrola pois seu pensamento adormecido começa a revelar-se principalmente no momento em que aceita a opinião de seu chefe, a mãe por sua vez começa a deixar de lado seu desejo de amar, e libera um desejo de revolta contra seu filho. A família começa a desestruturar-se, o pai perde o emprego, mudam de bairro, e toda a comunidade em sua hipocrisia política agradece aqueles que se afastam pois já não são tão belos, ou tão perfeitos como eram avaliados. O menino Ludovic continua crescendo e como ele tantos e tantas crescem e crescerão independente de nossas atitudes, pois como plantas precisam crescer, mas também precisar afirmar-se através da autonomia de seus atos. O filme revela algo que é comum diante da faixa etária de Ludo, porém a visão torpe dos pais e comunidade pode ter realizado o que não deviam, ou seja despertar um mecanismo de defesa de isolamento ou negação, reprimindo o que faz parte de uma fase, afinal Freud explica: a sexualidade começa a definir-se a partir dos 11 anos, logo, tudo antes disto é fantasia.

domingo, 8 de novembro de 2009

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Minha Vida em Cor-de-Rosa

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BERLINER, Alain. Minha vida em Cor-deRosa. Filme. Produção Carole Scotta, Direção de Alain Berliner. Centro National de la Cinemátographie (CNC), 1997. 1 DVD 108 min. Comédia. www.educandario.word.pressa.com; www.cineminha.uol.com.br
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HOFFMAN, Michael. O Clube do Imperador. Filme. Direção de Michael Hoffman, Estados Unidos, 2002. 01 DVD, 108 min. Drama. www.melhoresfilmes.com.br

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

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O fim depende do princípio”

Assim iniciou o filme “O Clube do Imperador”, que fez parte do Seminário de Gênero e Educação, e que retrata o cenário de uma escola Católica, de padrões rígidos, elitizada, em que o autor problematiza o gênero, pela ausência de meninas. Os atores sociais que vivenciam a trama no corpo docente da escola são homens, com exceção de uma professora que não demonstra suas práticas, pois no início do filme sai para uma viagem. As práticas estabelecidas pelo professor William sofrem rupturas seqüenciais depois da chegada de um aluno que “perturba” a ordem da classe. Interessante a análise desta perspectiva que nos revela a importância da construção dos saberes a partir das vivências de cada um, deixando claro que um planejamento deve ser modificado sempre que houver a necessidade, principalmente quando o aluno deixa de ser passivo, e aprende agindo e pensando sobre o conhecimento, onde o professor é o mediador do processo. Neste filme, o autor revela estratégias de um educador, que demonstra os saberes pedagógicos, científicos e técnicos, que utiliza suas habilidades com um olhar sensível a cada sujeito, permitindo que o erro seja um lugar de construção. Sua avaliação é subjetiva, analisando o crescimento diário através de tarefas específicas, porém aparentemente o autor tem o desejo de transmitir a idéia de que ele em determinado momento tenha manipulado as notas de um aluno, o que não percebi. Acredito que a avaliação pessoal dá ao docente a possibilidade de flexibilizar conceitos antes estabelecidos, utilizando as ferramentas necessárias, problematizando e interagindo transformando sua sala em um grande laboratório de aprendizagens.


quinta-feira, 29 de outubro de 2009

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FACES DA PEDAGOGIA

Você sabe o que são faces?
Seus conceitos podem ser múltiplos,
Porém uma só agora me interessa,
Aquela face que atravessa,
E que retrata o coração.

Face que não é de vergonha,
Face que enobrece, enaltece,
Mas de rubor se envergonha,
Quando não bem se conhece,
E se despedaça ao chão.

A face do pedagogo, a face da pedagoga,
que se utiliza das ferramentas
da pedagogia do amor,
aquela que respeita o sujeito,
que o conhece, e vê seus direitos,
aquele que tem o amor por intenção,
que não manipula, não molda,
como se fosse um único padrão.
Aquele que respeita, que ama,
Que educa quando o coração inflama,
Que perturba na arte de ensinar.

O pedagogo fragmento do universo,
Que chega a sofrer pelo querer alheio,
Que é mãe, ou pai, protetor ou protetora,
Definha-se no educar, sua missão é ensinar,
Mas ensinar pelo prazer, ou pelo prazer ensinar,
E assim segue sua sina, nos dias frios,
Chuvosos, tempestuosos, afinal é assim a educação,
Mas não se intimida, é sua sina de cidadão.

Pedagogo de faces pálidas,
Abatido pela incompreensão,
Se suas práticas são monótonas,
Se sua práxis é inconstante,
Se seu saber não é partilhado,
Se sua voz não mais se escuta,
Será talvez que esta luta,
Não se deva continuar?

Mas surge o pedagogo de belas faces,
De olhar brilhante, e tão falante,
Tão cativante assim como a gaivota,
Que ao abrir suas asas em um vôo rasante,
Alcança a criança, o adolescente o adulto,
E traduz em suas práticas modelos de luta,
E traz em seus registros a eterna receita:
De ser isto, aquilo, a ousadia, a coragem,
De possuir nome: Nadir, Paulo, Zoraide,
Porque único és na verdade,
Não importa que nome é o seu,
Pois estas escrito na destra de Deus.
És pedagogo face iluminada,
É luz divina do Criador, no espírito humano,
E não penses que eu minto, não, eu não me engano,
És profissional consciente, de mãos sempre prontas,
E em qualquer lugar onde te encontras,
Buscas revolucionar, transformar a educação.

És pedagogo organizador de currículo,
Que se esmera em conhecer quem hoje chega,
Que analisa, estuda, compartilha,
Que vê o humano com eterna grandeza,
Que se estimula, e faz do estímulo ferramenta,
Que desafiado, desafia,
Apaixonado, apaixona,
E se relaciona, jamais se intimida,
A práxis é seu cajado,
Na pesquisa-ação é soldado,
Na busca de um currículo integrado,
No eterno caminho de acariciar seu coração.

PDM 21
07/07/2009



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Falando de Currículo Aberto:

Qual a face do pedagogo organizador de Currículo? Qual a sua face? Um currículo não é neutro, logo não é o mesmo para todos. Um currículo não se prende a apenas uma realidade, mas está aberto e deve ir além. O sujeito precisa ser respeitado e valorizado em seus saberes, em seus questionamentos, ele não é uma tábula rasa. Sua cultura, seu currículo é sua trajetória de vida. Poderíamos refletir nas perguntas: Quem sou? Por onde passei? O que cultivei? O que aprendi? São questionamentos diários que refletem nossas bagagens. Um currículo aberto propõe a dinâmica do crescimento, do desenvolvimento e da transformação, respeita a variedade de situações, investiga, problematiza e realiza a intervenção. Imaginemos um aluno que chega a classe a partir do segundo semestre, imaginemos ainda que suas vivências partem da cultura indígena. Se seguir-mos a linha do currículo fechado nossas práticas provavelmente serão apáticas, e não conseguiremos envolver este aluno e tampouco o restante da classe. Porém se nossas práticas seguirem um currículo aberto teremos a opotunidade de valorizar os saberes desta cultura oportunizando a este aluno um engajamento e disponibilizando a multiculturalidade.

About me

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Sou estudante de pedagogia, casada, cursando o terceiro semestre, apaixonada pela educação e aprendiz permanente. Acredito que o ser humano está constantemente em construção através de suas relações e suas realizações.